terça-feira, 17 de novembro de 2015

NOÉ: UM EXEMPLO DE PIEDADE NUM MUNDO CORRUPTO

NOÉ: UM EXEMPLO DE PIEDADE NUM MUNDO CORRUPTO

Apesar de o mundo ter se afundado em pecado, houve alguém que se comportou de forma diferente. Esse indivíduo é chamado Noé. “A palavra Noé do hebraico “Noach” “repouso” vem de um verbo que significa descansar, e está associado a alivio.” (RADMACHER, et al, 2010, p. 25).

                       A Bíblia destaca algumas características deste nobre servo de Deus, a saber:

(a)  UM HOMEM EDUCADO NO TEMOR DE DEUS.
Mui provavelmente, Noé não chegou a conhecer Enoque, seu bisavô. Mas chegou a desfrutar de uma longa convivência com o avô, Metusalém. E, deste, muito ouvira daquele que, por sua piedade, fora um dia arrebatado por Deus. O relato, que lhe repetiria o pai, Lameque, muito o inspirou e fortaleceu-o no exercício do ministério divino como pregoeiro da justiça.

 Não confundamos este Lameque com aquele notório descendente de Caim, que levou o mundo à ruína. O pai de Noé também era profeta. É o que inferimos de sua declaração quando do nascimento do filho. Ao olhar a criança dada à luz num mundo de trevas, inspira-se divinamente: “Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou” (Gn 5.29). Educado por homens piedosos e justos, tornou-se Noé justo e piedoso. Estava ele pronto, agora, a
ouvir a palavra de Deus referente ao juízo que haveria de recair sobre toda a terra. Observemos que Noé e seus antepassados, remontando a Sete e a Adão, acham-se na genealogia que Lucas traçou de nosso Senhor Jesus Cristo (Lc 3.37,38).

 (b) JUSTIÇA (Gn 6.9-a; 7.1).
A palavra justo, do hebraico tsaddiq, descreve o caráter de Noé conforme se manifestava em relação aos outros seres humanos: “honestidade” ou “honra” era evidente em seu comportamento, sua conduta revelava esta justiça moral e ética (Ez 14.14,20);

 (c) RETIDÃO (Gn 6.9-b).
A palavra hebraica “tâmim”, íntegro, descreve o produto perfeito de um construtor sábio; é inteiro, completo e perfeito. Visto objetivamente, a palavra imaculado descreve o caráter.
A despeito da tamanha maldade que assolava o mundo naqueles dias(Gn6.12),Noé decidiu permanecer fiel ao seu Criador.O patriarca afastou-se da corrupção,permanecendo íntegro moral e espiritualmente(Gn6.9).
Por sua retidão,afirma a Bíblia,achou graça diante do Altíssimo(Gn8.21).Assim como Jó(Jó.1.1),Noé foi diferente de todos os homens de seu tempo.
A experiência de Noé nos ensina que o modelo bíblico para uma vida cristã não depende de critérios humanos.
A Bíblia mostra que Deus é reto (Dt 32.4; Sl 25.8; 92.15; 119.37); e,

(d) COMUNHÃO COM DEUS (Gn 6.9-c).
Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem  que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus.Noé confiava integralmente em Deus e vivia em plena comunhão com Ele.Por andar com o Senhor,fora agraciado com a revelação do plano divino(Gn.6.14-17).
Deus fez com que Noé e sua família entrassem na arca,salvando-os do grande dilúvio.Ao baixar as aguas,o Senhor confiou ao patriarca toda a obra de suas mãos,e estabeleceu com ele uma nova aliança(Gn.9.9). A mesma postura se requer do cristão ante este mundo tenebroso (Sl 84.11; Pv 2.21; 16.17; Gl 5.16-26; I Jo 2.29).

(e) DEPENDENTÊCIA DE DEUS.(Gn.8.13-19).
Até que ouvisse a vós de Deus,Noé não ousou sair da arca.Isto demonstra total dependência de Deus.O Senhor fechara a porta da arca por fora,portanto,só ele deveria abri-la(Gn.7.16).A sujeição a Deus deve fazer parte do caráter de todo homem que deseja agradá-Lo (Fp.2.5-8).
(f).GRATIDÃO A DEUS.(Gn.2.20).
Ao sair da arca,Noé edificou um altar ao Senhor e ofereceu-lhe um sacrifício pelo livramento que recebera.Os homens de Deus,em todas as épocas,são convocados a louvá-lo e agradecer-lhe por tudo,sempre (Ef.5.20;1Ts.5.18).

domingo, 1 de novembro de 2015

O HOMEM INTERIOR.


          Aspectos do Homem Interior.

 Disse Paulo: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7.22). O apóstolo ensinava sobre a luta entre a carne, ou a natureza carnal do homem, e o espírito, que provém de Deus, e acentuava que o “homem interior” tinha prazer na lei de Deus.

Em outro versículo, lemos: “Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co 4.16); neste texto, vemos o “homem exterior”, o corpo, e “o interior”, a parte imaterial do homem. Podemos dizer que esse “homem interior” é o conjunto espiritual, formado pela alma e pelo espírito (I Ts 5.23).

   Elementos que compreendem a Parte imaterial 

a) A alma. É preciso saber que o corpo sem a alma é inerte. Ela precisa dele para expressar sua vida funcional e racional. É identificada, no hebraico do Antigo Testamento, por "NEPHESH" termo que ocorre 755 vezes e, no grego do Novo Testamento, por "PSIQUE"termo que ocorre 101 vezes.

Definição da palavra alma na bíblia:

No sentido impessoal, a alma eqüivale à própria vida. No sentido de ser “parte interior do homem”, refere-se à sua personalidade, ou à pessoa (cf. 2 Co 1.23). O texto de Levítico 17.10-15 dá uma diversidade de sentidos à palavra “alma”:

1) “contra aquela alma que comer sangue eu porei a minha face e a extirparei do seu povo” (v. 10); aqui, “alma” significa a própria pessoa.

2) “Porque a alma da carne está no sangue...” (v.II); neste sentido, “alma” significa a vida do corpo, dos tecidos, que são alimentados pelo sangue.

3) “Nenhuma alma dentre vós comerá sangue...” (v.I2); novamente, refere- se à pessoa.

4) “a alma de toda a carne; o seu sangue é pela sua alma”; aí vemos referência à vida de toda a carne, e que o sangue seria derramado pela vida do transgressor.
Tanto nepesh (hb.) como psyche (gr.) indicam o princípio vital da vida humana, física ou animal.


b) O espírito. No hebraico é "RUACH"termo que ocorre 387 vezes no A.T. e no grego é "PNEUMA". O espírito do homem não é um simples sopro ou fôlego, mas também vida imortal (Ec 12.7; Dn 12.2; Le 20.37; 1 Co 15.5.
  O espírito é a parte imaterial do homem, que, juntamente com a alma, forma “o homem interior.
espírito,é sinônimo de  coração (At.4.32).

O espírito é a parte mais profunda e íntima do ser humano.

o espírito do homem é a sede das suas relações com Deus"O espírito do homem é a lâmpada do Senhor"(Pv20.27).

Por intermédio do espírito,entramos em contato com Deus.Por isso,deve o nosso espírito ser quebrantado(Sl.51.17),voluntário(Sl51.12) e reto (Sl51.10).

É ele que nos relaciona com Deus na oração,na adoração e na comunhão.

É O espírito que faz o homem ser diferente dos animais.

 Ele é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal.

 Certo autor cristão escreveu que "o corpo, a alma e o espírito constituem a base real dos três elementos do homem: consciência do mundo externo, consciência própria e consciência de DEUS".

O espírito do homem, quando se torna morada do  Espírito de Deus (Rom. 8:16);
é centro de adoração (João 4:23,24);de oração,cântico,benção(1Co.14:15),e de serviço(Rm.1:9);

o espírito do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o
espírito torna-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem
permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo".(Pv16.18).

 Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito perverso (Isa. 19:14);um espírito rebelde (Sal. 106:33); um espírito impaciente (Prov. 14:29);
um espírito perturbado (Gên.41:18); um espírito contrito e humilde(Isa. 57:15; Mat. 5:3).

 Pode estar sob um espírito de servidão (Rom.8:15),ou ser impelido pelo espírito de inveja(Nm5:14).Assim é  que o homem deve guardar o seu espírito (Mal. 2:15), dominar
o seu espírito (Prov. 16:32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ezeq. 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito(Ez.11:19).

 Quando as paixões vis exercerem o domínio e a pessoa manifestar um espírito perverso,
  significa que a alma (a vida egocêntrica ou vida natural) destronizou o espírito.

c)Coração .

O termo " Coração"(Kardia,52 vezes)citado na antropologia Paulina, também é relatado na Bíblica como parte do homem. Com certeza nós sabemos que o coração é o principal órgão da vida física, embora poucas passagens falem sobre isso (2Sm.18.14; 2Rs.9.24). Na maioria dos casos o coração é utilizado para se referir ao homem interior, "o santuário mais íntimo da existência psíquica do homem  como um todo ou uma  ou outra de suas atividades importantes-emotiva,racional ou volotiva".

A Escritura considera o coração como a esfera da influência divina.(Rm2.15).
É considerado também como o órgão central da alma.

Sobre o coração, quatro observações podem ser importantes:

 (1) o coração é o centro da vida intelectual, pois adquire o conhecimento da palavra de Deus (Sl.119.11), ele sabe (Dt.8.5), é fonte dos maus pensamentos e ações humanas (Mt.15.19, 20), possui propósitos e pensa (Hb.4.12) e pode ser enganoso;

(2) o coração é o centro da vida emocional, pois ama (Dt.6.5), reprova (Jó.27.6), se alegra (Sl.10415; Is.30.29), entristece (Ne.2.2; Rm.9.2), possui desejos (Sl.37.4) e pode ficar amargurado (Sl.73.21), Assim,há corações"alegres"(Jz16.25),corações"turbados"(Is.35.4)e corações"trementes(1Sm4.13);

(3) Ele é o centro da vida volitiva, pois busca (Dt.4.29), pode ser mudado (Ex.14.5) e endurecido (Ex.8.15; Hb.4.7), é capaz de escolher (Ex.7.22, 23) e pode ser insubmisso (Jr.9.26; At.7.51;

 (4) o coração é o centro da vida espiritual, pois é nele que o homem crê para justiça (Rm.10.9, 10), é a morada do Pai (1Pe.3.15), do Filho (Ef.3.17) e do Espírito Santo (2Co.1.22), e para o cristão seu coração deve ser puro (1Tm.1.5; Hb.10.22) e estar submisso (Rm.2.29).

d)Mente 

Mente é normalmente mais encontrado no Novo Testamento. O conceito para mente no Velho Testamento é formado por coração. Na concepção hebraica, o coração aparece como o responsável pela atividades intelectuais, como já foi mencionado. No Novo Testamento é claro o conceito de mente, entre-tanto com uma distinção interessante entre cristãos e incrédulos.
Paulo usa várias palavras traduzidas por "mente" nas versões,especificando a capacidade racional nata do homem,a qual,no homem natural,está seriamente afetada pelo pecado(Rm1.8;8.6-7).Mas a mente transformada traz a Deus a adoração aceitável(Rm12.2;E.4.23)e,assim,torna-se no crente a mente de Cristo(1Co2.16;Fp4.23).

 Para os cristãos a mente está ligada ao desenvolvimento espiritual, pois com ela o homem compreende a verdade (Lc.24.45; 1Co.14.14, 15), está envolvida em questões de decisão complicada (Rm.14.5), na busca da santificação (1Pe.1.13), na compreensão da vontade de Deus (Ef.5.17), no amor de Deus (Mt.22.37) e ela deve ser renovada para uma vida dedicada (Rm.12.2) e ter todo pensamento cativo em Cristo (2Co.10.5




Capacidades e Faculdades da Parte Imaterial 


1- As faculdades do corpo. São cinco as faculdades principais, as quais se manifestam através do corpo: visão, audição, olfato, paladar e tato. Ainda que sejam distintas umas das outras, elas não atuam independentes do comando da alma. São denominadas de instintos naturais ou sentidos corporais, os quais recebem impressões do mundo exterior, transmitidas ao cérebro, através do sistema nervoso. É daí que partem as ordens para todas as partes do corpo. Os sentidos físicos obedecem às leis naturais que estão impressas no ser humano. São elas que regem as atividades do corpo.

2. As faculdades da alma. São três as faculdades ou qualidades da alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto, sentimento e vontade.

O INTELECTO - (Gn 1. 28; 2.19,20) é a parte da alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece. É ele quem recebe os conhecimentos. Três outras manifestações lhe são peculiares: a imaginação, memória e razão. Com a primeira, o homem é capacitado a idealizar e projetar. É um processo do pensamento que habilita o ser humano a construir imagens, através do raciocínio. A segunda é outro atributo do intelecto que capacita o homem a guardar em seu cérebro os fatos passados e presentes. Ela retém os conhecimentos adquiridos e os traz a lembrança. A terceira é um atributo do intelecto que leva o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as coisas, distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.

O SENTIMENTO - faz o homem um ser emotivo. Ele não é uma máquina insensível, pois pode sentir todas as grandes emoções, como alegria, gozo, paz, prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.

A VONTADE - se expressa como resultante das influencias do intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade livre ou independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.

3. As faculdades do espírito. Duas faculdades principais se destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as quais são: Fé e Consciência. Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos chamar de natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para uma  perfeita comunhão com DEUS. Os sentidos físicos e psicológicos tornam o homem um ser terreno e racional, mas os espirituais o tornam um ser especial.

A faculdade da fé é uma qualidade do espírito humano que expressa a religiosidade do homem e o torna capaz de adorar, reverenciar, louvar e orar a DEUS, o Criador. Não se trata de um tipo de fé, adquirida ou ensinada, mas é uma forma inata que nasce com qualquer ser humano. Ela nos estimula a buscar a DEUS e comungar com Ele.

A faculdade da  consciência é a parte intelectiva do ser moral.Ela é,num sentido,a voz de Deus no espírito do  homem.Funciona como o juizo do homem aplicado ao seu próprio procedimento,quer aprovando as suas ações,quer reprovando-as.
É uma lei moral e espíritual  interior,inscrita pelo Criador para nos manter em alerta...

A consciência é um "espião"de Deus que persegue o homem quando ele peca,mas que lhe fala com voz de elogiosa quando faz o bem.

 A consciência de alguém que não é salvo pode ser classificada como:

 (1) Corrompida (Tt.1.15); (2) (Hb.10.22); (3) Convencida (Jo.8.9); (4) Cauterizada (1Tm.4.2).
 Já o cristão busca manter a boa consciência (1Tm.1.19), o que sugere que mesmo o cristão pode ter uma consciência má. Outra sugestão que pode existir é que a consciência no cristão tem o próprio Espírito Santo como árbitro (Rm.9.1).
Outras referências relativas à consciência: At.24.16; 1Co.4.4; Hb.10.1,2; 1Pe.3.16; 1Jo.3.20.


Palavra Profética.