sexta-feira, 24 de junho de 2016

O VALOR DAS MULHERES

 A diversidade da igreja pode ser notada pelo gênero masculino e feminino, classe social e raça. Na igreja de Roma havia homens e mulheres servindo a Deus. Dentre as 29 pessoas saudadas na carta de Paulo, nove são mulheres.

 Isto é digno lembrar-se, porque frequentemente se acusa a Paulo de
menosprezar a situação das mulheres na Igreja. Se quisermos realmente ver a atitude de Paulo para com as mulheres na Igreja, deveremos ler uma passagem como esta, onde sua apreciação pelo trabalho que elas podiam fazer na Igreja brilha e reluz através de suas palavras.

 Esse capítulo menciona nove mulheres, a saber: Febe (v. 1), Priscila (v. 3), Maria (v. 6),
Trifosa e Trifena (v. 12); Pérside (v. 12), a mãe de Rufo (v. 13), Júlia (v. 15) e a irmã de Nereu (v. 15).

A proeminência dos nomes de mulheres enfatiza sua ampla espera de atuação (Rm 16:1,3,6,12, etc). Dentre estas mulheres estava Priscila, esposa de Áquila. Paulo fala deste casal, como tendo exposto suas vidas na causa do Evangelho (Rm 16:3). Outras referências a este casal são encontradas em Atos 18:2,18,26; 1Coríntios 16:19 e 2Timóteo 4:19.

Na maioria dessas passagens, Paulo sempre cita Priscila em primeiro lugar. Muitos comentaristas concordam que isso tinha uma razão de ser: Priscila se destacava na obra do Senhor, sendo auxiliada por Áquila, seu esposo. Paulo também menciona uma mulher de nome Maria (Rm 16:6). Pouco se diz dessa Maria, mas o que se sabe é que ela “trabalhou muito” na obra de Deus.

O fato incontestável é que, na igreja primitiva, a atuação das mulheres era notória e amplamente valorizada. Elas eram dedicadas à obra de Deus e exerciam seus ministérios com o apoio das lideranças da época. Além de Paulo, Lucas nos mostra que as mulheres tiveram uma participação expressiva na implantação do Reino de Deus.

 A relação é extensa e inclui, entre outras, Lóide e Eunice (2Tm 1:5), Maria, mãe de João Marcos (At 12:12); Priscila, que juntamente com o esposo, Áquila, passou a doutrina para várias outras pessoas, inclusive para um intelectual e culto homem de Alexandria chamado Apolo (At 18:26); Lídia (Atos 16), a primeira pessoa convertida na Europa. A sua casa foi o primeiro local de reuniões das igrejas na Europa. Todas essas mulheres atuavam nas áreas de ensino, na evangelização, intercessão e contribuição financeira, com amor e dedicação. São exemplos que ficam para sempre e nos quais podemos nos espelhar para servir a Deus.

A seguir destacaremos duas Mulheres que serviram a Igreja de Cristo:

Febe:

A portadora da epístola aos Romanos (Rm 16.1,2). Febe, era uma cristã que cooperava na igreja em Cencréia.A Bíblia nos fala pouco sobre ela. Ela apenas aparece no capítulo dezesseis da epístola aos Romanos sendo a pessoa que levaria esta carta aos crentes de Roma
“Talvez Febe tenha concordado em levar a carta de Paulo aproveitando uma viagem
de negócios na capital” (RADMACHER, 2010, p. 403).

Abaixo destacaremos algumas de suas características:

 1.Uma irmã recomendável (Rm 16.1-a). As cartas de recomendação eram comuns e necessárias naquele tempo (At18.27; 2Co 3.1), uma vez que os crentes precisavam contar com a hospitalidade dos irmãos quando viajavam de uma cidade
para outra. Igualmente, eram necessárias para proteger a igreja de charlatães”. A palavra “recomendar” significa: “indicar”

 2.Uma serva disposta (Rm 16.1-b). Febe também é destacada por Paulo como “nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia”. A expressão “serve” é a palavra grega 'diakonon', usada pelo apóstolo para descrever Febe, é o feminino do termo “diáconos”.
O simples uso do termo não significa que Febe tivesse esse ofício, mas, o termo denota simplesmente o exercício da caridade e da hospitalidade que caracterizava a vida de todo verdadeiro crente e que Febe manifestava em assinalado grau.

 Na igreja primitiva, as mulheres se ocupavam da oração (At 1.14) e do serviço assistencial
(At 9.36-42; Rm 16.1,2). Não há na Bíblia nenhuma referência a mulheres exercendo atividades ministeriais. Na escolha de Jesus foram convocados doze homens (Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16 ), na substituição de Judas foi eleito um homem
(At 1.15-26), na escolha dos primeiros diáconos os apóstolos disseram: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões…”

(At 6.3), no concílio de Jerusalém os rumos da igreja foram traçados por homens (At 15), em Apocalipse 2 e 3, são mencionados os pastores (homens) das igrejas da Ásia.
A Bíblia é clara, embora as mulheres tenham importante papel ao longo das páginas do NT aparecendo na linhagem e no ministério de Cristo (Mt 1.3,5,6,16; Lc 8.1-3),Deus conferiu apenas aos homens o exercício da liderança eclesiástica da igreja (Ef 4.8-11).

3 Uma mulher acolhedora (Rm 16.1-c). Paulo lembra que a irmã Febe “tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo”. Por certo quando esteve em Corinto, o apóstolo foi acolhido em sua casa (At 18).

 Semelhante postura teve Lídia, quando o apóstolo esteve em Filipos (At 16.14,15). Febe usou seus recursos não apenas para seu deleite e conforto,mas para sustentar e socorrer muitos irmãos. Era uma mulher altruísta, abnegada, desapegada das coisas materiais e
apegada às pessoas. Sua vida, sua casa e seus bens estavam a serviço da igreja.

Priscila e Áquila:

 Um casal servidor (Rm 16.3,4). Priscila e Áqüila eram um casal, e haviam se tornado amigos íntimos de Paulo. Eles, juntamente com todos os outros judeus, tinham sido expulsos de Roma em 49 d.C. pelo Imperador Cláudio e tinham se mudado para Corinto (At 18.2,3). Ali eles conheceram a Paulo enquanto ele estava em sua segunda viagem missionária, e eles o convidaram para viver e trabalhar com eles.Em algum momento, eles regressaram de mudança para Roma quando tiveram a permissão de voltar. Mais tarde, eles voltaram a Éfeso (2 Tm 4.19).

 Um casal de cooperadores (Rm 16.3). Em Romanos 16, o apóstolo os chama de “meus cooperadores em Cristo”. A palavra “cooperador” no grego “sunergos” quer dizer “trabalhador com”, dando uma ideia de “ajuda, companheirismo”(VINE, 2002, p. 508). Este nobre casal destacou-se por prestar um serviço relevante ao apóstolo na cidade de Corinto
(At 18.1-3). Depois, Paulo vai para Éfeso e Priscila e Áqüila o acompanharam (At 18.18).

Lá se depararam com o eloquente e fervoroso pregador chamado Apolo,o qual foi instruído pelo casal mais acuradamente acerca do caminho do Senhor (At 18.24-26). Pelas saudações paulinas percebemos que este casal abrigou em sua casa, a igreja do Senhor, revelando que desde o começo foram pessoas que conservaram um coração aberto e uma porta aberta (Rm 16.5-a; I Co 16.10).

 Um casal disposto a se sacrificar (Rm 16.4). É extraordinário saber que Paulo dispunha de cooperadores ao seu lado,que estavam dispostos a até mesmo morrerem por ele, como o apóstolo mesmo assevera acerca deste casal “os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças” (Rm 16.4).

Não sabemos em que momento histórico do ministério de Paulo este
fato se deu. Alguns supõem, pelas Escrituras, que tenha sido em Éfeso,onde houve vários tumultos que podiam resultar na iminente morte do apóstolo (At 19.23-31; I Co 15.32). Ele estava agradecido por terem salvado a sua vida, e as igrejas dos gentios também: “o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios”.

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